No último dia ele entrou em casa com a capa amarela molhada da chuva lá fora.
O vento frio acompanhando sua entrada, buscando fugir daquele dia triste e trazendo consigo arrepios na espinha.
No último dia ele se sentou em frente ao fogo aconchegante de sua lareira.
Com aquele café de sempre, com a leitura de sempre e a mesma sensação de lar que só aquele lugar lhe proporcionava.
Pensava em tudo que não viveu. Tudo que não falou e no vazio, que como um buraco aberto no teto, tornava impossível não perceber a falta dela.
No último dia, que ele pensou ser mais um, ele esqueceu de amar, de sentir, e passou. Como todos os dias passam.
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