Sabe a vida? Ela as vezes toma rumos inesperados.
Mas, assim como nosso amigo Bilbo Bolseiro não esperava por uma aventura que mudaria sua vida e a vida de todos, eu também não esperava pela minha. E pela estrada sigo confiante, aspirando o ar frio das montanhas do medo, enfrentando o gigante do pensamento alheio e a noite com o frio da insegurança. Tropeçando nas pedras do passado que, danadinhas, voltam a aparecer sempre que avanço no caminho. (Isso se deve a alguma força temporal que atua sobre elas ou algo do tipo.) Mas quanto mais sigo em frente, o caminho me parece cada vez mais limpo e verdejante. Se paro, tudo parece apodrecer muito rápido e logo a caminhada se torna desagradável e volto apressadamente a ansiar pelo aconchego de nunca ter saído de casa. Porém, tão logo prossigo, tudo se renova e as coisas velhas vão ficando para trás.
Inspiro o ar da esperança que sempre me visita todas as manhãs... O que faria sem ele? E o que dizer de meus companheiros e companheiras de viajem? São indispensáveis. O que seria de mim sem eles? Nada.
Bom... Alguns ficaram para trás, é verdade, outros prosseguiram quando parei ou quando tropecei em alguma pedra do passado. Danadas. Mas alguns estão comigo até hoje. Outros revejo vez ou outra pelo caminho, mas não seguimos juntos. Alguns retornam e me ajudam a avançar.
E assim segue a caminhada, dura caminhada pela estrada a fora.