quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Metamorfose - Frans Kafka



Nesta versão de terror de “Vida de inseto”, a Humanidade é retratada sob a ótica de um dos tais. Sob a ótica, analogicamente, de um invalidado. De alguém que ao dormir Tinha "tudo" e que ao acordar ainda Tinha, só não mais Era. E por não ser, não tinha. Não era mais homem, era um ser nojento, de aparência asquerosa. Que tinha consciência, mas não aparência. E por não ter, não Era.

Um dia o Jovem dormiu. Acordou-se atrasado para o trabalho, problema gravíssimo! Logo viriam buscá-lo, o que seria uma vergonha para ele e sua família. Mas algo estranho aconteceu.

Ele tenta com todas as forças se levantar, mas não consegue. Tenta entender aquela situação, aquela sensação estranha. Aquelas patas horrendas, aquela impossibilidade de movimentar-se com rapidez para fazer as tarefas do dia. Achava que estava sonhando, ou tendo um pesadelo. Mas não. Aquilo tudo era real. Aquela era sua nova vida, ele só não sabia disso ainda.

Todos o impeliam a que saísse de seu quarto. Que retomasse as rédeas da vida. Mas não podia. Tudo estava mudado. Não era mais o homem de antes. Era outra coisa. Uma coisa Abominável.

Após toda a comoção de tentativas infrutíferas para fazê-lo sair, ele finalmente consegue abrir a porta com sua nova anatomia repulsiva. E encontra um mundo que não o reconhece mais. Um mundo em que ele, por não ser, não tinha. E Que, por não ter, não era.

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