quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Apenas Crianças

Ezra uma vez,



Um menino que amava muito uma garota. Eles se conheceram ainda pequenos enquanto estavam no hotelzinho. Ele se apaixonou por aquela menina magra, de olhos verdes, cabelos dourados e ondulados que lhe lembravam o mar num por do sol de uma tarde de verão. Ela era tudo. Aaarh.. Tudo que seus olhos desejavam ver pela manhã, tudo que seu coração temia perder ao fim do dia. Era sua pérola, sua dama, sua paixão, antes mesmo dele saber como pronunciar essas palavras corretamente ou sequer compreender seu conteúdo. Ela era tudo pra ele.

Certo dia, ainda na escola, ainda criança, ao cair da noite, ele decidiu que havia chegado a hora de contar pra ela. Era isso ou seu coração explodiria da próxima vez que a visse. Ele tomou um bom banho, se ensaboou com condicionador, que pra ele tinha um cheiro maravilhoso que lembrava Ela. Tomou coragem depois da ducha e foi até o castelinho de madeira para vê-la. E lá estava. Parecia um anjo, e de fato se o dissessem que era um, ele não duvidaria. Aquela brisa fria da noite, aquele som do movimento das folhas das árvores... Parecia que tudo era ela, todo aquele momento se fez perfeito por causa dela. Tudo era bom.

E qual não foi a surpresa quando ele descobriu que ela também gostava dele!? Noossa..! Seu coração quase toma controle da boca e grita. Mas tudo que ele queria era aquele momento, tudo que importava era aquele momento... Se ele soubesse que aquele seria o último... Acho que nunca teria se permitido amá-la. Mas eram só crianças. E não sei se compreendiam isso. Visto que cresci e ainda não compreendo. Mas não esqueço.

2 comentários:

  1. "Se ele soubesse que aquele seria o último... Acho que nunca teria se permitido amá-la. Mas eram só crianças"... É a parte mais inteligente dessa "historinha", eis o romance face à realidade...será que este sucumbe àquela?,,,,nem sempre temos as respostas..acho que as crianças da história também não tinham...

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    Respostas
    1. Agradeço a apreciação ao(à) Prestigioso(a), Retumboso(a) e Pomposo(a) anônimo(a) ;)
      Mas eis o que me passa pela cabeça:
      Eu creio que a Realidade deve ao Romance aquilo que a vida deve a todos nós. Um pouco de amor, carinho e alguém pra compartilhar disso todo dia.
      As crianças na verdade sabiam sem saber. Elas eram capazes de se entregar sem temer e viver sem se importar com o peso de perder. Acho que o final... Elas sabiam :))
      Mais uma vez Agradeço a apreciação :)) Volta Sempre

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