terça-feira, 28 de outubro de 2014

A Você, um Bom Dia

Hoje, meus queridos, estava assentado, ou melhor, enquanto ainda estou assentado escrevendo este texto, aconteceu o motivo do mesmo.

Surgiu aqui um ser, se masculino ou feminino me recuso a dizer, que dobrou a esquina e me viu. Não me conhecia este ser, mas me olhou, e minha atitude imediata, logo após perceber os olhos que me perscrutavam, foi de afastar os meus e olhar para essa tela que agora com sua luminosidade agride os seus olhos.

De olho em olho prosseguiremos.

Então pensei, Por quê não falei com ela (a pessoa)? Por quê? Daí lembrei-me de fatos curiosos que me ocorreram após meu ingresso à Universidade.  Fatos que, obviamente, envolvem pessoas como você e eu. Lembrei-me que era uma pessoa sociável ao ponto da irritância. Digo, se você passasse por mim em qualquer lugar e olhasse em minha direção, ainda que não diretamente pra mim, eu falaria com você, nem que fosse um mísero "Bom dia" sem graça.

No entanto, Quando adentrei aos Portais Acadêmicos tudo mudou.
- Bom dia! - Dizia com esperança.
Nem um olhar, nem um sorriso. Não nenhum, mas Nem Um.
Após certa insistência algumas almas caridosas ainda olhavam, balançavam a cabeça e seguiam.
Achei que a "atitude da Lagartixa" talvez fosse a correta aquele tempo todo! Talvez por isso me ignoravam...
Tornei-me uma Lagartixa Compulsiva. Olhou pra mim balanço a cabeça.
Continuei sendo deliberadamente ignorado, veja você!
Mas querido leitor, não tenha pena de mim, por favor. Já deixei a Lagartixa de lado há algum tempo.

Mas como ia dizendo, me ignoraram, e com a ignorância conheci um mundo para o qual não estava preparado, o mundo da solitude. O qual forçosamente me ensinou a  ser igual aos ignoradores. Não os culpo mais como antes. Eu fui o ser que acabou por Ceder. Deveria ter continuado. Mas tudo e todos me pediam pra parar. Então Parei. Cedi.

Hoje a "atitude do gato" reina vitoriosa.

Se me olham, meus olhos e meu corpo se recusam a olhar de volta. Eu sei que eles estão ali. Os olhos curiosos que me observam. Mas não me importo realmente com eles. Passo sempre desinteressado, como quem não quer nada.

Por isso Sinto Saudades do Velho Mundo. Quando nos unimos para ser sociedade. Para vivermos em conjunto e juntos compartilharmos nossas alegrias, tristezas, sonhos e fantasias. Que Saudade de um Bom dia.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

O Guia do Mochileiro das Galáxias - Não é uma Resenha, mas é...

Olá pessoal! Como vão vossos intelectos soberbos e vossas paciências finitas?

Venho aqui, após o que considero muito tempo, para falar um pouco sobre a vida.

É isso mesmo. A vida.

Ando lendo um livrinho muito altivo e engraçadíssimo que se chama (Sim, ele "se chama"): O Guia do Mochileiro Das Galáxias.

Trata-se do livro mais sarcástico que já pude ler até hoje em minha pequena existência. Sei que muitos de vocês, seres belos e evoluídos, muito já leram e provavelmente têm melhores exemplos para dar, mas singelamente convido-vos para esse  mundinho desconexo e improvável, criado pelo gênio Douglas Adams, de cujas crenças ou descrenças não compartilho, mas me divirto. Este é um Livro sobre a Vida, o Universo e Coisas Mais.

E a vida, meu querido escritor de cujas letras me aproximo e logo me afasto após perceber que fazem pouco sentido?

Vai bem, obrigado.

sábado, 25 de outubro de 2014

Façum Pedestal pra Ela

Eu falei pro carpinteiro
Que até constroi capela
Que fizesse por inteiro
Um grande pedestal pra ela

Ela merece, essa menina
Sabe que só falam dela
Por sinal, me faça um favor
Faça um pedestal pra ela

Já repeti tantas vezes
Tal e coisa e coisa e tal
Mas me diga por favor
Se está pronto o pedestal

Pra a menina tão bonita
Cuja beleza merece uma tela
Por favor, não resista
Faça um pedestal pra ela

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A Menina que Roubava Livros - Resenha


Pois bem meus queridos e queridas, acabei por findar mais um livro. E sempre que termino uma boa leitura fico com os dedos coçando para escrever sobre ela. Então, sem mais delongas, vamos roubar algumas palavras e colocá-las logo abaixo. Que me diz, leitor?



Liesel Meminger é o nome desta pimpolha sofredora que te fará sorrir, chorar, se irritar e emocionar. E que junto com seus pais adotivos, seu melhor amigo e um Judeu, farão com que você sorria, chore, se irrite e se emocione tudo de novo. Essa estória começa com a morte e termina com as palavras de uma roubadora de livros.

O contexto, também, não poderia ser mais emocionante e tenso do que o da 2ª Guerra Mundial. Com seus Nazistas, Alemães, Judeus e cidadãos mal encarados, todos sedentos por palavras. Palavras que para alguns representavam vitória e libertação e para outros prisão e morte.

Sim, leitor, este livro é sobre palavras. Não sobre Liesel, Rudy, Hans, Rosa ou Max. Nem sobre os vizinhos mau encarados. Não é sobre Hitler e os Judeus. Nem sobre a Segunda Grande Guerra.

Este é um livro sobre o poder das Palavras.

E eu posso garantir, que ao findar a leitura, assim como eu e uns tantos milhões, você sentirá na pele e nos olhos a força que elas têm.

Palavras capazes de mudar as vidas de todas essas pessoas. Que mudaram o Mundo. Palavras que interferiram na "vida" da Morte. A ponto de fazê-la parar seu incansável trabalho por uns instantes para contar essa história.

Uma história de uma Sacudidora de Palavras. Uma Menina que Roubava livros.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Sem Sentido - Tudo bem? :)

- Tudo bem?
- Hum? - Disse o senhor ao lado com estranheza.
- Eu disse: Tudo bem?
O quarentão soltou ar pelas narinas com desprezo, levantou-se e foi sentar-se em outro lugar qualquer distante daquele homem mal educado que teve a ousadia de perguntar se estava bem. Mesmo sem conhecê-lo.

- Tudo bem?
- Como? - Disse a humilde velhinha que acabara de sentar ao seu lado.
- Pergunto se vai tudo bem com a senhora. - Disse o rapaz sorrindo.
- Aah, sim meu jovem. Vai tudo bem. E com você?
O rapaz parou, olhou para aquela senhora, fez cara de poucos amigos franzindo a testa, e foi embora.

O barulho dos trilhos rangendo sob o peso da locomotiva parecia inquietante demais.

Logo...

- Tudo bem?
Uma moça de seus 17 anos encontrou um lugar adequado para descansar seus pés desgastados por terem que carregá-la o dia todo.
- Desculpe? - Disse a jovem à velhinha retirando o fone do ouvido esquerdo.
- Aaah! - Murmurou a senhorinha com raiva.

Foi em direção a um assento vazio ao lado do quarentão, enquanto o primeiro curioso voltava a seu assento que agora repousava vazio ao lado de uma bela jovem.

Cada um dirigiu seu olhar impaciente à pessoa ao lado.

- Sim. Tudo bem.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

2ª meia da Terceira do Maníaco

Bem. Aqui estamos nós. De novo.
Você deve estar impaciente.
Deve!

Mas somos amigos, certo? Espero que essas cartas tenham nos aproximado.

Mas voltando ao nosso velho tema.

Simples.

Simples é aquilo que fazemos por fazer sem ter algo melhor do que o simples trabalho de fazermos.

Espero que essa frase os mantenha ocupados por um tempo enquanto eu continuo em minhas divagações. Vocês merecem! Eu mesmo passei um tempo pra entendê-la depois de escrita. Essa minha cabeça parou de falar. Agora só sabe cuspir tudo e eu que me vire depois pra organizar.

Mas bem.

Simples é o trabalho prazeroso, O assunto bem estudado, o texto bem elaborado. Simples somos você e eu. Tão simples que somos parecidíssimos. Por exemplo, aposto que está entediado com esse texto assim como eu, mas nem por isso parará de ler, eu espero.

Então, afinal. O que é simples?

Vou contar em poucas palavras.

Simples é tudo o que fazemos com alegria. Alegria é o que temos quando fazemos coisas simples.
Então o simples é o que nos define. Quando somos nós mesmos, quando fazemos o que nascemos pra fazer, então somos simples. Pois tudo é simples quando tudo é bom. Tudo é bom, quando é simples. Simplesmente isso.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Metamorfose - Frans Kafka



Nesta versão de terror de “Vida de inseto”, a Humanidade é retratada sob a ótica de um dos tais. Sob a ótica, analogicamente, de um invalidado. De alguém que ao dormir Tinha "tudo" e que ao acordar ainda Tinha, só não mais Era. E por não ser, não tinha. Não era mais homem, era um ser nojento, de aparência asquerosa. Que tinha consciência, mas não aparência. E por não ter, não Era.

Um dia o Jovem dormiu. Acordou-se atrasado para o trabalho, problema gravíssimo! Logo viriam buscá-lo, o que seria uma vergonha para ele e sua família. Mas algo estranho aconteceu.

Ele tenta com todas as forças se levantar, mas não consegue. Tenta entender aquela situação, aquela sensação estranha. Aquelas patas horrendas, aquela impossibilidade de movimentar-se com rapidez para fazer as tarefas do dia. Achava que estava sonhando, ou tendo um pesadelo. Mas não. Aquilo tudo era real. Aquela era sua nova vida, ele só não sabia disso ainda.

Todos o impeliam a que saísse de seu quarto. Que retomasse as rédeas da vida. Mas não podia. Tudo estava mudado. Não era mais o homem de antes. Era outra coisa. Uma coisa Abominável.

Após toda a comoção de tentativas infrutíferas para fazê-lo sair, ele finalmente consegue abrir a porta com sua nova anatomia repulsiva. E encontra um mundo que não o reconhece mais. Um mundo em que ele, por não ser, não tinha. E Que, por não ter, não era.

3ª Carta de um Maníaco

Olá! Seres rupestres. Criaturas Monótonas. Nômades Sedentários.

O tema que vos trago nesta feita é simples.

Isso mesmo. Simples.

Igual ao texto que escrevo agora. Bem Simples, simples até demais.

Você deve estar se perguntando (porque se não está, deveria) - Onde afinal está o tema, seu inveterado!?

Exatamente meu amado e ávido leitor! Onde? Talvez na Simplicidade deste texto, talvez na humildade e singeleza de sua pífia imaginação.

Mas não. Brinco-vos!

É simples.

O texto é simples. E esse é o nosso tema.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Nordeste

Pense que no Nordeste
Vive um povo Contente
Somos tudo cabras da peste
Temos Coração Valente

Temos povo bem sufrido
Que vez por outra tem fome
Mesmo assim é muito unido
Tira do seu e diz - Tome!

Digo isso pois meu Brasil
Essa terra de orgulho Fervente
Cheia de gente gentil
Nos rejeita de forma insistente

A pátria que tanto amamos
Se esquece de quem construiu
Esse orgulho de que falamos
Desse povo tão Gentil

Pois Suou o Nordestino
Deixou seu cantinho febril
Pra Construir o Destino
Da Pátria amada Brasil

Mas Hoje xingam diariamente
Esse povo já tão lavrado
Falam do sutaque da gente
E o Nordestino só calado!

Agora imagine o Latido
Que ia ser com a gente
"O Brasil dividido
E o Nordeste independente".

domingo, 5 de outubro de 2014

Liberdade - Primeira Parte

Liberdade! Grita o Poeta.
Liberdade... Pensa o Filósofo.
Liberdade. Fala o ser que vos escreve.

Meus amigos astronautas da internet. Piratas desses mares corrompidos. Desbravadores dessa imensidão cibernética. Presos a esta teia de liberdade de informação. É a vocês que me dirijo agora, para falar sobre isto. Liberdade. Sejam bem-vindos a essa loucura sem limites.

Liberdade, na opinião deste pequeno gafanhoto, é algo que falamos sem saber o que é. Mas sabemos o que ela não é. Pois, ainda sob o meu ver, Ninguém é realmente livre.

Você aí sentado nesta cadeira, por exemplo, pode ser o motivo do meu texto.

Pode ser o motivo de sabermos o que é não ser livre.

Mas não se desespere, por favor, não se levante ou tente disfarçar que não está preso a este objeto que tão bem acomoda suas nádegas.

Sabemos que não é ele exatamente que te prende, não é? Ele é apenas parte da trama. É o sujeito que segura a vítima para que o real assassino faça seu trabalho. Pois bem. Eis que lhes mostro a saída dessa prisão para uma mais confortável.

Seu nome é controverso, pois ele mesmo é o tema de que tratamos. Seu nome é a Liberdade escrita com J. É a prisão que você sempre sonhou. Digo prisão, mas estar preso a ele é um prazer, um privilégio, uma liberdade.

- Ora querido dedilhador de teclas aleatórias! – Você pode dizer - O que pensa que está fazendo? Acha que não sei de quem está falando? Vai mesmo falar desse homem?

Senhor leitor, peço paciência e alta tecnologia de sua parte.

Pois Quero e, com todo o respeito, Vou falar sobre ele. Pode parar de ler esta teia de palavras desconexas agora, se quiser. Mas tem uma coisa que você, querido Desbravador, vai querer saber.

O que é estar livre enquanto está preso?
Preso nessa prisão.

Prisão com J de Liberdade.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Cartas a Um Soldado Esquecido - Parte 6

Jeniffer Deixou a Base Aérea de Canoas às 07:00.

Uma parte de sua mente estava paralisada, em choque, com medo enquanto ela caminhava até o carro. Noutra parte distante, longínqua, soava uma música que ouvira na igreja no culto de Domingo.

Bem aventurado aquele, que teme ao Senhor
E confia perpetuamente em seu poder
E medita de dia e de noite
Noite e dia sem fim

Apressou o passo conforme a angústia crescia dentro dela. E a música continuava.

Sua casa edificada sobre a rocha
Não existe vendaval pra destruir
E a família que habita dentro dela
No Senhor espera

Entrou no carro, sentou-se, pôs o cinto de segurança, ligou o veículo, baixou a cabeça sobre o volante duro e chorou enquanto aquela parte distante de sua mente chegava até ela e se apresentava a seu coração como um refúgio seguro e certo. E começou a cantar em meio a tristeza:

Espera no Senhor sem desistir
Na certeza que ele não falha
Tudo ele já preparou
Seu amor nunca mudou
Espera no Senhor sem desistir
Seu amor nunca mudou.

As lágrimas caiam-lhe mornas sobre as bochechas rosadas.

Ela cantou e chorou até ouvir uma voz suave, viva e presente falando ao seu ouvido:

"Não te Preocupes minha filha - Disse a voz calma e serena, como um riacho de águas claras que em paz desce a montanha selvagem. - Cuidarei dele. Ele é meu, filha. E os meus quero alcançar."

Chorou. Não como antes, Não de medo. Pois uma paz imensurável inundou seu coração.

Aquela voz, trazia Paz em meio a Guerra.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

2ª Carta de Um Maníaco.


Eis um tema controverso e pouco discutido. O recenseamento.
Recenseamento é, querido leitor, aquele negócio que o governo faz de tempos em tempos para contar a população. Exatamente. Contar quantos brasileirinhos e brasileirinhas povoam os metros quadrados de nosso Brasil baronil.
E pra que serve isso?
Ora meu querido... Por que você conta? Por que começamos a contar?
EU conto para ter uma dimensão daquilo que estou contando. Conto para me administrar. Conto pra não ter que contar. Conto pra saber.
Se você tem muitos livros, é normal que queira organizá-los de forma coerente. Mas pra isso é necessário saber quantos livros tem, quanto espaço vai usar pra eles, quanto tempo demorará pra ler ou quanto tempo precisa para ler, e por aí vai.
Sempre contamos, sempre vamos contar. Isso nos ajuda a ter controle sobre as coisas que estão sob nossa administração. Contar, leitor, é Poder.
Da mesma forma, ledor, o Estado precisa nos contar. Ele precisa saber quantos de nós, energúmenos, estão aqui embaixo esperando por alguma atitude sensata. Nos contam para nos dominar melhor, ou para "cuidar" melhor de nós.
Espero que entenda o que quero dizer. Caso não, então por favor não prossiga na leitura, isso poupará alguns desses seus neurônios que você não pode contar.
Caso entenda, prossiga.
Nos contam.
Você é um número especial, pois precisa de cuidados. Um número dentre tantos outros. Somos 200 milhões de números afinal. Cada um com sua plaquinha, sua carteirinha, sua fichinha, esperando ser chamado.
Eles já nos contaram leitor! Não dá pra fugir. Você é só um número. Não se iluda. Apenas um número.
O meu já ultrapassa os milhões. Sou feliz pelo meu número. Já posso dirigir uma caixa de metal que obtive através da troca de alguns papéis coloridos, já posso ficar doente e ser atendido em um hospital com mais números do que minha paciência e consciência ousam contar. Somos números felizes afinal. Não somos?

Mas e se não pudessem nos contar? Imagina só.
Acho que vou impedir que me contem. O que acha? Será uma bagunça. Sem números sou algo diferente não é? O que sou quando não sou um número?

Acabei de contar. Sou apenas 1.

Eu estou de Volta

Não que alguém se importe! kkkkkk Mas mesmo que esteja e que ninguém se importe, eu sinto uma multidão de olhos atentos a cada letra que esc...