domingo, 24 de agosto de 2014

Pra ela que vive Contente e me deixa na mesma Vertente

Aquilo que o futuro reserva
Se transforma insistentemente
Mas ainda assim preserva
Um fato bem pertinente

Que é o amor que nos conserva
Sempre nos deixa contente
Pasme você que releva
Esse fato diariamente

Se na vida aqui na Terra
Tu vives tão brevemente
Por que esquecer do amor?
Esse fato tão contundente

Não rimei por não saber
Se o verso devia conter
Boa forma e não se ater
Ao que sinto por você.

O Caçador - Parte 4

Sorte de Caçador


TUM!! Ouviu-se o estampido. E adormeceu...

Ao som do farfalhar de plantas ele acordou. Ainda um pouco tonto. Mas de alguma forma, diferente.
Sentia um ardor no lugar onde havia sido mordido.

- Arhg! Maldição! Onde está minha faca?

O ar ainda tinha algo de mórbido. O caçador caminhava com cautela. E quando adentrou em mata densa, tropeçou em algo. Era a criatura maldita. A maior.

- Achou que ia me derrubar em? – Disse o caçador com desdém – Agora sabe que sou duro na queda! – e riu-se do trocadilho. Sentia-se melhor do que nunca.

- Ao menos cacei alguma coisa hoje. – e continuou a sorrir admirando o buraco no peito da criatura, ocasionado pelo tiro de sorte.

Voltou para sua casa por outro caminho. Chegou, sentou-se na varanda e dormiu. Por alguns momentos dormiu. E sonhou com imagens estranhas de ele lutando contra aquelas criaturas. Derrotava-as com uma facilidade que espantava qualquer um que assistisse. Mas não havia ninguém assistindo.

Acordou-se deitado ao chão. O corpo ensanguentado, caído e exausto.

- Huum... – murmurou – onde... – tapou os olhos para se proteger da luz solar que afligia-lhe os olhos ainda entreabertos.

Observou ao redor e viu algo que não esperava. – Carros..? – Falava pesadamente, como se o ar não entrasse completamente nos pulmões. Havia mais uma coisa. Um daqueles seres horrendos estava próximo a ele. Morto. Sua faca apinhada ao tronco do bicho. E outras centenas destes espalhados nos arredores.

Não estava em sua varanda. Isso estava claro. Havia letreiros por toda parte. E palavras que ele não fazia ideia de como ler.

Levantou-se, deu alguns passos e parou para admirar a paisagem ao redor. Prédios, mais prédios. Nada da vegetação que ele adorava ver todos os dias. Asfalto, carros e vazio. As manchas vermelhas no chão contavam a história de uma grande batalha. Mas não se via pessoas. – O que há com esse lugar? – Tentava ocultar em sua mente o fato de que não deveria estar ali. Pois não era possível estar ali. – Eu só quero acordar meu Deus.. Só quero acordar... – ajoelhou-se, tapou os olhos e retirou as mãos levemente logo em seguida, como se aquilo fosse capaz de acordá-lo. Como se todo aquele instante se resumisse àquele ato. “Tapar e destampar os olhos vagarosamente até que acordasse”.

Mas não acordou. E pôs-se a andar.

O Caçador - Parte 3

Um Pouco Mais Sobre Nós


Há sim algo a se dizer.
Algo que não foi dito.
Sobre a Terra.

Nosso planeta estava ali. Belo. Azul. Em paz.

Um Mês, que os Historiadores Planetares denominam como o Mês da “Transformação”, foi tudo o que bastou, tudo o que restou à humanidade.

Os céus do planeta foram tomados por uma nuvem. Formada por aquilo que chamaram “animaizinhos nojentos”. Tinham asas, garras, dentes afiados e eram velozes. Como eram velozes aquelas criaturas. Asas cinzentas como um céu que anuncia tempestade; garras longas e afiadas que rasgavam o mais duro aço; Dentes longos como o dos grandes felinos de nosso planeta; corpo coberto por pelos e uma cabeça de lagarto. Mas havia os menores. Ainda frágeis. Mas mais velozes. Os grandes eram poucos e logo havia menos ainda. Mas os pequenos eram como insetos. Estavam por todo lugar, em toda a terra. E eles, ao contrário dos grandes, tinham outra função. Enquanto os maiores eram carniceiros, os menores tinham apenas um objetivo aparente. Espalhar a DOENÇA. Esta que era transmitida através da mordida daqueles bichinhos nojentos (que, mais tarde descobrimos, morriam algumas horas após a primeira mordida) e após isso através do mínimo contato com um corpo infectado.

Quando já a maior parte da população estava extinta, começaram a surgir seres humanos imunes à DOENÇA. Os que eram imunes à transmissão indireta da enfermidade continuaram suas vidas “normalmente”, na medida do possível é claro. Mas havia aqueles capazes de resistir à transmissão direta da DOENÇA. Imunes à própria mordida daquelas criaturas. Esses revelaram o Propósito Terrível por trás do surgimento daqueles bichinhos malditos.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

O Caçador - Parte 2


A Vida Após Tudo Aquilo


- Bom dia Óri!

O velho levantou o rosto e resmungou:
- O que há de bom nessa velharia de mundo? Vamos logo embora!

- De forma alguma! Temos um dever aqui meu chapa! - Disse Mondy.

- Dever?! - Gritou Órin. - O único dever que eu tenho já se desfez há muito tempo! Não tenho dever.

Aaah... Que isso meu velho? Que mal humor é esse? É o primeiro planeta do dia Óri! Alegria meu caro! Até agora um ar respirável e... – inspirou fundo - Criaturas toleráveis em?

- Acha mesmo isto meu rapaz? Fala assim porque nunca viu a terra! - Disse Óri com raiva.

- Você com essa história de "Terra" de novo... Quer "Terra"? Olha aqui! - Disse Mondy ao atirar um pouco de "terra" em Óri.

O idoso desembainhou sua faca e disse:
- Acha engraçado seu garoto estúpido!? Acha graça do que aconteceu a minha casa?

Eeeei! Calma Óri! Não quis desrespeitar a sua "terrinha"... Só por que um “gatinho” estelar decidiu enterrar seus dejetos nela! - e riu-se. Mondy sorriu daquilo tudo.

- Vamos! - Falou Óri - Lute seu covarde! Mostre-me que não é homem só de palavras!

- Homem? - caçoou Mondy - Não sou de sua laia e sabe disso velho! Sabe também que não duraria um minuto numa luta contra mim.

- Por que não experimenta então? - Disse Óri confiante. E viu o receio nos olhos do companheiro explorador. - Tem medo?

- Da... Lenda!? - Gargalhou Mondy. - Aaah Óri! Diz-se bem. Da LENDA! Todos sabem que não passa disso. - Agora havia confiança na voz daquele hominídeo.

- Por que não tira a prova então? - Disse Óri apresentando desprezo em sua voz - Creio que tem medo.

Agora aquele velho já não parecia mais tão velho. Tinha uma postura e uma presença de guerreiro. E ainda mais, Todos conheciam a lenda dos guerreiros terrestres, que de alguma forma mutaram a DOENÇA em seu sangue, fazendo deles os guerreiros mais temíveis do Universo conhecido. Como que guardiões daquele planeta redondo e azul. Agora tão vazio. No entanto a todos era dado saber do poderio em batalha dos Saadyl, povo de Mondy. Tinham os mais formidáveis guerreiros. Quase imbatíveis em batalha. Mas falaremos disso mais tarde.

Mondy o observou. Observou. Até que sorriu e disse:
Óri meu velho... Deixe disso meu amigo. Não estamos aqui para lutar. Estamos aqui para explorar! Lembra disso? Queremos apenas retirar o que esse planeta tem a nos oferecer e aí vamos embora, ok?

- Você me teme Mondy. E faz bem em temer. Não gostaria de derramar o sangue de um amigo.

Óri. Você leva essa história de guardião muito a sério... É apenas um homem meu caro! Não me importa o que implantaram em sua mente. Mas deixe de bancar o valentão ok? Você pode acabar se dando com alguém que não seja tão tolerante.

Óri sorriu com deboche velado sobre o que Mondy disse.
- Vou deixar garoto. Vou deixar. – Disse Óri.


quinta-feira, 21 de agosto de 2014

O Caçador - Parte 1

Como Tudo Começou


O ar estava frio naquela manhã. O homem saiu para caçar. Uma brisa gélida roçava-lhe o rosto curtido pelo tempo.. Pensava em como o tempo andava estranho. “Nunca tinha visto uma aurora vermelha... "O pôr do sol sim, mas... não a Aurora meu Deus!”. O silêncio também o incomodava. Sempre havia carros passando por ali. Sempre havia outros caçadores naquela região em temporada de caça. Mas já fazia um mês. E ninguém surgiu. E não queria ir à cidade, pois tinha ouvido uma mensagem no rádio que mandava a todos que permanecessem em casa, devido a uma doença que havia surgido. Alguma coisa com animais... Mas as mensagens do rádio também já haviam cessado. Foi quando aconteceu...

 Havia algo no ar. Havia algo... E arremeteu sobre ele. O caçador se esquivou rapidamente, mas não conseguiu evitar a mordida, ainda que leve, daquele ser. Virou-se com desenvoltura e aproveitou o momento enquanto o bicho ainda se equilibrava para alçar vôo novamente e atirou. Um tiro certeiro. - Um animal...! Só isso.. Um animalzinho qualquer e eu aqui todo assustado... - Disse o homem arfando após o susto.

- Mas que animalzinho imundo aquele! Nunca ví tamanha feiura.. Me mordeu aquela aberração! Ainda bem que matei. Assim não assusta mais ninguém... É... Assim não assusta...

Algo passou voando pela sua cabeça.

- Mas o que é isso?! Outro!? Aaaah! Venha aqui seu idiotinha! Tenho algo maravilhoso pra você! - Desembainhou a faca que trazia na cintura. Já não havia mais nada. Silêncio absoluto. E aí ele ouviu..

 Um grito agudo pairava no ar. Nada de vento ou som de outras criaturas. Algo cinzento voava acima dele como um abutre a espera. A batida das asas daquilo deixava uma brisa pútrida no ar. Algo de morte cercava aquele ser.
O homem começou a se sentir tonto. Mais tonto. E caiu. E caído lutou. Esfaqueou o ar uma.. duas.. três vezes... Como uma última tentativa, sacou a arma, atirou uma vez... e adormeceu.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Ama a vida

Ama a vida
Que na hora da partida
Nem sequer tem despedida

Ela simplesmente vai
Não diz xau pra mãe nem pai
Não importa ninguém mais

Se souber viver a vida
Talvez na hora da partida
Haja sim a despedida

Não com xau e coisas tais
Vai-se embora e vai em paz
Com o amor de todos mais.


sábado, 9 de agosto de 2014

Capim juntim nós dois assim

Na vida nada é sózin
Pode olhar pro capin
Ainda que bunitin
Pra comer só o boizin

Que nunca come sózin
Sempre tá cuns amiguin
Ensinando a gente assim 
Que na vida nada é por sí 

Sózin sózin sózin sózin
Queria ser seu bóizin
Pra gente comer juntin
O danado desse capim

Capim juntin sózin boizin
Nós dois assim juntin
Pegado que nem capim 
Nunca mais fica sózin

Fim com a capela

Engraçado como a vida é bela
Já nem penso mais nela
E ainda me disseram: Apela!
Pra ver se esquece dela

Nem foi tão complicado
Apenas percebi que estava errado
Então dormi, virei pro outro lado
E assim fiquei aprumado

A questão era que ela
Aquela
Da beleza à capela
Na verdade, Não era a minha bela

Mas se ela mesma não fosse à capela
Talvez eu fizesse a trela
De sózin falar com ela
E dizê-la o quanto é bela

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

O que não se consegue falar

Aaah Essa menina
Que todo dia me ensina
Que o andar de minha sina
É conquistá-la de surdina

Pois por mais que eu tente
Não pareço competente
Em fazê-la sorridente
E Conquistá-la de repente

Nunca expliquei
Porque tanto me apeguei
Ao seu sorriso realês
Do qual sempre fui freguês

É que ao vê-la sorridente
Boca esticada amostranos dente
Me sinto completamente
Preenchido e contente

Esses versos são sobre ela
Moça alta morena e magrela
Com uma beleza a capela
Pois sozinha é a mais bela

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Sobre Filmes e Livros

Filme é feito Cartilha
A gente pega e não se apega
Olha e não se enrola
E no final nada mais rola.

E se do filme eu gostar
E de você Discordar?
Aaah.. Aí o Filme pode ficar
Pois por mais que tentemos lembrar
Sempre fica uma cartilha
Pra da bolsa se tirar

Já os livros
Os bons livros
São como grandes amores
Que a gente tenta esquecer
Só que o mais que podemos fazer
É deitar, lembrar e reler.

Eu estou de Volta

Não que alguém se importe! kkkkkk Mas mesmo que esteja e que ninguém se importe, eu sinto uma multidão de olhos atentos a cada letra que esc...